V CONCURSO DE TIRAS EM QUADRINHOS
1º LUGAR - ISADORA CAINELLI
2º LUGAR - BRENDO MARTINS, LUCAS FRANCO, ANDERSON DIAS
3º LUGAR - EDUARDA DOS SANTOS PALMA
II CONCURSO DE FOTOGRAFIA
1º LUGAR - JUSSARA DA ROSA CARDOSO
2º LUGAR - CRISTIAN XAVIER MAGNUS
3º LUGAR - STEPHANE DA SILVA MACHADO
IVº CONCURSO LITERÁRIO PINDORAMA
1º LUGAR - CATEGORIA POESIA
MARCAS DO TEMPO
Nessas terras de um pampa mais fértil
Onde tupis-guaranis perderam seus nomes
Lugar em que araucárias dão lugar aos papéis
E os campos da Campanha transformam-se em cidades.
O povo gaúcho nunca perdeu sua fé
As prendas ainda mantêm uma beleza intocável
A indústria do charque agora é o churrasco à tarde
E a chaleira chiando anuncia o chimarrão pronto.
Nem tudo mudou: somos os mesmos índios e escravos
Os agricultores açorianos e os comerciantes judeus
Os alemães que semeiam, irrigam e colhem a soja e o arroz
Os italianos que colhem a uva e bebem o vinho.
As tradições para nós são uma honra, os CTGs templos sagrados
O vinte de setembro, dia de orgulho, incansavelmente celebrado.
As revoluções se perderam num passado remoto
Agora chimangos são só os gremistas, e os maragatos, os colorados.
Também não esquecemos nossas batalhas pela vida:
Da tirania militar à violência gratuita e rotineira.
Somos gaúchos e brasileiros, não fugimos da luta
Porque é do esforço diário que se constrói uma vida
E dia a dia enraizamos nossa cultura.
Nessas terras de um pampa mais fértil
Onde tupis-guaranis perderam seus nomes
Lugar em que araucárias dão lugar aos papéis
E os campos da Campanha transformam-se em cidades.
O povo gaúcho nunca perdeu sua fé
As prendas ainda mantêm uma beleza intocável
A indústria do charque agora é o churrasco à tarde
E a chaleira chiando anuncia o chimarrão pronto.
Nem tudo mudou: somos os mesmos índios e escravos
Os agricultores açorianos e os comerciantes judeus
Os alemães que semeiam, irrigam e colhem a soja e o arroz
Os italianos que colhem a uva e bebem o vinho.
As tradições para nós são uma honra, os CTGs templos sagrados
O vinte de setembro, dia de orgulho, incansavelmente celebrado.
As revoluções se perderam num passado remoto
Agora chimangos são só os gremistas, e os maragatos, os colorados.
Também não esquecemos nossas batalhas pela vida:
Da tirania militar à violência gratuita e rotineira.
Somos gaúchos e brasileiros, não fugimos da luta
Porque é do esforço diário que se constrói uma vida
E dia a dia enraizamos nossa cultura.
Aluna - Antonella Cabrini
Vº CONCURSO LITERÁRIO PINDORAMA
1º LUGAR - CATEGORIACONTO
O TESTE DO GAÚCHO
Uma guria, filha de um gaúcho da fronteira, resolveu fazer faculdade no Rio de Janeiro. Ficou morando lá alguns anos. Logo que terminou os estudos, voltou para o Rio Grande do Sul, mas não voltou sozinha. Trouxe um namorado carioca que ela havia conhecido na cidade maravilhosa.
Ela foi apresentá-lo para o pai. Na chegada, o carioca foi logo dizendo:
- E aí sogrão, beleza!
O pai da guria, todo trajado de bota, bombacha, chapéu e lenço, tomando chimarrão, respondeu:
- Mas, tchê! Tu não te resqueias comigo! Que história é esta de "sogrão"?
- Pai, este é o Diego, meu namorado. respondeu a filha.
- Namorado? mas eu nem o conheço para saber se ele é bom pra te namorar!
- Mas eu o conheço! A gente fez faculdade juntos.
- Mas eu tenho que saber se ele realmente é bom pra te namorar! O negócio é o seguinte, minha filha, se esse guri quer mesmo te namorar, vai ter que passar pelo meu teste. o teste é tri fácil, ele só tem que ficar uma semana me ajudando na fazenda.
E não é que o guri aceitou o tal teste.
No dia seguinte Seu Vitor foi chamar Diego para o primeiro dia de teste. Chegou no quarto do rapaz e disse:
- Tchê! Tu vais dormir mais que a cama hoje?
- Que horas são?
- Já são seis!
- Seis a manhã?
Mas é claro! Seis da tarde é que não vai ser! levanta logo que hoje tem muita coisa pra fazer!
Diego, caindo de sono, foi com Seu Vitor fazer a primeira tarefa.
Seu Vitor disse:
- Todo dia, quando acordo, costumo tomar um chimarrão. Hoje tu vais prepará-lo.
O carioca nem sabia direito o que era chimarrão, mas tentou improvisar. Pegou a cuia, colocou a erva, a bomba... até que ele estava fazendo direitinho, mas quando foi colocar água, não conseguiu abrir a garrafa. Seu Vitor falou:
- Pode deixar que eu abro.
- Não, deixa que eu abro.
- Não, não, eu abro.
- Não, eu abro!
- Guri, eu faço isso há mais de 50 anos, deixa eu abrir essa garrafa!
Dito isso, Seu Vitor puxa a garrafa e derruba água quente no colo de Diego. Ele fala:
- Ai, ai, ai! Está queimando!
- Mas eu já te disse pra parar com a frescura. Nem está queimando nada!
- É claro que no senhor não está queimando! A água quente caiu em mim.
No outro dia Seu Vitor levou Diego para cavalgar no campo, onde havia muitas árvores. Seu Vitor estava indo um pouco atrás do genro e falou:
- Cuidado! - Diego virou-se para trás e disse:
- O quê?
- Cuidado com o galho!
- O quê?
- O galho!
- O galo?
- Não, o galho da árvore!
- Ah, o galho. Onde?
De repente, diego olha para frente e bate de cara com um galho e cai meio zonzo. Seu Vitor diz:
- Mas bah! Bem que te avisei.
No terceiro dia, o sogro resolveu fazer um churrasco. Foi fazendo fogo enquanto o carioca arrumava os espetos. Seu Vitor pegou um isqueiro para acender a churrasqueira, mas ficou com ele aceso na sua mão. Diego estava do seu lado e começou a pegar fogo na camisa dele. Ninguém percebeu, até que Diego fala:
- Que cheiro de queimado.
- Mas tchê! Tu estás pegando fogo!
- Apaga! Joga água!
Seu Vitor jogou, mas o fogo começou a se espalhar ainda mais. Foi aí que ele percebeu:
- Ah! Mas isso não é água, é álcool. Mas é claro que não vai apagar.
Diego, deseperado, saiu correndo e se jogou no rio. E Seu Vitor, completa:
- Mas tu estás louco! Sai desse calorão e se joga nesse rio frio. Tu estás querendo pegar uma friagem rapaz!
E assim foram todos os dias. A semana passou, era o último dia do teste.
Eles acordaram, tomaram chimarrão e o pai da moça falou:
- Hoje é o último dia. É decisivo para ver se tu vais ou não namorar minha filha.
- O que nós vamos fazer hoje?
- Hoje vou te ensinar a atirar para aprenderes a caçar.
Diego, todo enfaixado, queimado e machucado, lembrou de tudo o que aconteceu naquela semana e pensou: "Mas do jeito que esse cara é louco, tem tudo pra ele atirar em mim." Olhou para a guria, para Seu Vitor, balançou a cabeça, pegou a chave do carro e sem dizer nada, foi o mais rápido possível embora. Seu Vitor ficou sem entender e falou:
- Não entendi, estava começando a gostar do guri.
Uma guria, filha de um gaúcho da fronteira, resolveu fazer faculdade no Rio de Janeiro. Ficou morando lá alguns anos. Logo que terminou os estudos, voltou para o Rio Grande do Sul, mas não voltou sozinha. Trouxe um namorado carioca que ela havia conhecido na cidade maravilhosa.
Ela foi apresentá-lo para o pai. Na chegada, o carioca foi logo dizendo:
- E aí sogrão, beleza!
O pai da guria, todo trajado de bota, bombacha, chapéu e lenço, tomando chimarrão, respondeu:
- Mas, tchê! Tu não te resqueias comigo! Que história é esta de "sogrão"?
- Pai, este é o Diego, meu namorado. respondeu a filha.
- Namorado? mas eu nem o conheço para saber se ele é bom pra te namorar!
- Mas eu o conheço! A gente fez faculdade juntos.
- Mas eu tenho que saber se ele realmente é bom pra te namorar! O negócio é o seguinte, minha filha, se esse guri quer mesmo te namorar, vai ter que passar pelo meu teste. o teste é tri fácil, ele só tem que ficar uma semana me ajudando na fazenda.
E não é que o guri aceitou o tal teste.
No dia seguinte Seu Vitor foi chamar Diego para o primeiro dia de teste. Chegou no quarto do rapaz e disse:
- Tchê! Tu vais dormir mais que a cama hoje?
- Que horas são?
- Já são seis!
- Seis a manhã?
Mas é claro! Seis da tarde é que não vai ser! levanta logo que hoje tem muita coisa pra fazer!
Diego, caindo de sono, foi com Seu Vitor fazer a primeira tarefa.
Seu Vitor disse:
- Todo dia, quando acordo, costumo tomar um chimarrão. Hoje tu vais prepará-lo.
O carioca nem sabia direito o que era chimarrão, mas tentou improvisar. Pegou a cuia, colocou a erva, a bomba... até que ele estava fazendo direitinho, mas quando foi colocar água, não conseguiu abrir a garrafa. Seu Vitor falou:
- Pode deixar que eu abro.
- Não, deixa que eu abro.
- Não, não, eu abro.
- Não, eu abro!
- Guri, eu faço isso há mais de 50 anos, deixa eu abrir essa garrafa!
Dito isso, Seu Vitor puxa a garrafa e derruba água quente no colo de Diego. Ele fala:
- Ai, ai, ai! Está queimando!
- Mas eu já te disse pra parar com a frescura. Nem está queimando nada!
- É claro que no senhor não está queimando! A água quente caiu em mim.
No outro dia Seu Vitor levou Diego para cavalgar no campo, onde havia muitas árvores. Seu Vitor estava indo um pouco atrás do genro e falou:
- Cuidado! - Diego virou-se para trás e disse:
- O quê?
- Cuidado com o galho!
- O quê?
- O galho!
- O galo?
- Não, o galho da árvore!
- Ah, o galho. Onde?
De repente, diego olha para frente e bate de cara com um galho e cai meio zonzo. Seu Vitor diz:
- Mas bah! Bem que te avisei.
No terceiro dia, o sogro resolveu fazer um churrasco. Foi fazendo fogo enquanto o carioca arrumava os espetos. Seu Vitor pegou um isqueiro para acender a churrasqueira, mas ficou com ele aceso na sua mão. Diego estava do seu lado e começou a pegar fogo na camisa dele. Ninguém percebeu, até que Diego fala:
- Que cheiro de queimado.
- Mas tchê! Tu estás pegando fogo!
- Apaga! Joga água!
Seu Vitor jogou, mas o fogo começou a se espalhar ainda mais. Foi aí que ele percebeu:
- Ah! Mas isso não é água, é álcool. Mas é claro que não vai apagar.
Diego, deseperado, saiu correndo e se jogou no rio. E Seu Vitor, completa:
- Mas tu estás louco! Sai desse calorão e se joga nesse rio frio. Tu estás querendo pegar uma friagem rapaz!
E assim foram todos os dias. A semana passou, era o último dia do teste.
Eles acordaram, tomaram chimarrão e o pai da moça falou:
- Hoje é o último dia. É decisivo para ver se tu vais ou não namorar minha filha.
- O que nós vamos fazer hoje?
- Hoje vou te ensinar a atirar para aprenderes a caçar.
Diego, todo enfaixado, queimado e machucado, lembrou de tudo o que aconteceu naquela semana e pensou: "Mas do jeito que esse cara é louco, tem tudo pra ele atirar em mim." Olhou para a guria, para Seu Vitor, balançou a cabeça, pegou a chave do carro e sem dizer nada, foi o mais rápido possível embora. Seu Vitor ficou sem entender e falou:
- Não entendi, estava começando a gostar do guri.
Aluna - Ana Cláudia Marcos Bastos
Nenhum comentário:
Postar um comentário